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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sistema de Inclusão Universitária


Inspirada em uma reportagem que saiu no jornal Tribuna do Norte, sobre um recém aprovado no vestibular para o curso de Medicina da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) que teve sua matrícula cassada por, segundo o reitor, não ter utilizado do Sistema de Inclusão de forma devida (http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/primeiro-lugar-da-ufrn-e-excluido/173304), pretendo falar sobre o Sistema de Inclusão. Mas o que seria esse Sistema de Inclusão?
Há alguns anos foi (e ainda é) discutido no Congresso Nacional um sistema de inclusão universitário, no qual os alunos de classes desfavorecidas têm o direito de ser avaliados de forma diferenciada dos demais concorrentes. Ou seja, se o vestibulando comprovar que possui uma renda baixa, que cursou todo o Ensino Médio em escolas públicas e que é afro-brasileiro, o estudante tem uma porcentagem extra somada a sua nota geral. No caso da Unicamp (Universidade de Campinas), por exemplo, são acrescentados 30 pontos à nota final do aluno que estudou em escola pública durante todo o Ensino Médio e 10 pontos para aqueles que se consideram negro, pardo ou indígena. Se o aluno fizer parte de ambos os grupos ele receberá 40 pontos extras.
Segundo os que apóiam essa lei, a mesma serve para recompensar os negros das marcas da escravidão, - o que é mais conhecido por Sistema de Cotas, sendo o Sistema de Inclusão uma extensão daquele. As Cotas são caracterizadas pelo favorecimento de raças enquanto que a Inclusão se estende a um grupo bem maior, levando em consideração condições sociais e não raciais - e para possibilitar a todos os grupos sociais o acesso às universidades lhes dando a chance de ascender tanto economicamente quanto socialmente.

Que a universidade é algo de direito a todo e qualquer cidadão, não há dúvidas. Toda e qualquer pessoa tem o direito de cursar uma universidade, independente de cor, classe, religião ou etnia. No entanto está claro que essas políticas, além das políticas educacionais que marcaram o governo Lula como PROUNI, PROJOVEM, ENEM, SISU, etc., não resolvem os problemas educacionais do Brasil. É preciso uma reforma que venha de baixo pra cima e não inverso. Não adianta políticas facilitadoras de ingresso nas universidades se por vezes os alunos que utilizam dessas políticas não tiveram a base da educação, encontrando por vezes diversas dificuldades para se formar por não possuir a devida preparação educacional. Muitos não conseguem concluir seu curso. Sò para citar um exemplo, uma dificuldade comum encontrada nas universidade, principalmente entre os calouros, é na leitura, um dos aprendizados básicos.

De que adianta altos índices do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) se nossos alunos e futuros profissionais responsáveis pelas diversas gestões do nosso país não são devidamente capacitados? De que adianta publicar que um número cada vez maior de pessoas está ingressando nas universidades se, muito provavelmente, boa parte deles não é, nem se tornarão cidadãos conscientes e comprometidos com o nosso país? Será que só nos interessa profissionais capacitados para as diversas áreas do mercado? Será que o nosso país e o mundo não necessitam extremamente de pessoas cada vez mais conscientes de seu papel na execução de uma boa e justa cidadania? Será que essa política de cotas não é uma reafirmação do racismo? E do quão defasada está nossa educação?



Façamos a igualdade, mas de forma verdadeiramente igualitária, não de forma maquiada e aparente.


Bem, meus queridos leitores, deixo mais essa questão para fazê-los refletir, repensar a atual situação do nosso país, não só educacionalmente, mas políticamente de um modo geral.


Obrigada pela atenção e até o próximo encontro.


FONTES:

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Cinema



As primeiras amostras do que veio a se chamar de Cinema surgiram em 1895. Nesse ano os irmãos franceses Auguste e Louis Lumiére inventaram o cinematógrafo, aparelho inspirado na engrenagem de uma máquina de costura, o qual tirava fotos sequenciais dando a impressão de movimento. Nesses pouco mais de um século, o Cinema sofreu várias mudanças, principalmente tecnologicamente. Mas, quando se fala em emocionar multidões, ele permanece o mesmo.
Considerada a 7ª Arte, o Cinema é uma das coisas que, até hoje, inspira e emociona o mundo todo. Através de uma sequência de imagens, temas envolventes e roteiros surpreendentes, o Cinema é capaz de causar suspiros, de provocar lágrimas, de causar raiva, angústia e sorrisos. São sentimentos variados e misturados que quando integrados aos personagens, nos faz entrar na trama.
Uma trama bem elaborada nos faz adentrar na história, nos tornamos os personagens, discutimos os conflitos de cada personagem. Algumas histórias são tão inspiradoras que pode levar qualquer um a questionar sua própria existência, podendo até, quiçá, nos fazer questionar nossa vida e buscar mudanças para a mesma.
Sei que pode parecer exagero, mas todo cinéfilo sabe do que estou falando. Devo exemplificar-lhes esse sentimento com uma bela produção nacional: o filme "Lisbela e o prisioneiro".




O filme conta a história de Lisbela, uma moça do interior, apaixonada por cinema e que vive suspirando com os galãs dos filmes românticos que assiste. No entanto, dentre as várias qualidades que o filme possui, eu cito o mesmo devido à descrição, a mais bela e perfeita que já vi, que a mocinha da história faz de cinema.
A história começa dentro de uma sala de cinema, onde ela foi com o seu noivo (Douglas). Após escolher o lugar certo para assistir ao filme, quando o filme está prestes a começar, ela diz:

"Eu adoro essa parte. A luz vai se apagando devagarzinho. O mundo lá fora vai se apagando devagarzinho. Os olhos da gente vão se abrindo, e daqui a pouco agente nem vai se lembrar que tá aqui."

Em seguida, após descrever as características do filme que vão assistir e de seu noivo perguntar qual a graça de se assistir a um filme o qual ela já sabia como era a história, ela diz:

"A graça não é saber o que acontece. É saber como acontece e quando acontece. Agente vai conhecer um monte de pessoas novas, um monte de problemas que agente não pode resolver, que só eles podem. E vamo ver quando e como."

Nesse momento a câmera faz um close nos olhos dela que brilham de emoção, pois o filme "Está começando."








É nisso em que consiste a beleza do Cinema. É o envolver-se com a história, fazer parte dela. Alguns filmes são tão intensos que nos fazem questionar profundamente. Todos aqueles, não os que apenas gostam de assistir a filmes, mas aqueles que são cinéfilos apenas por sentir, por ter prazer em desvendar seus mistérios, sabe o que "Lisbela" e eu queremos dizer.
"Lisbela e o prisioneiro" é um filme simples, mas é a sua simplicidade que coexiste toda sua beleza. É na simplicidade das palavras de Lisbela que encontramos toda a beleza do Cinema.
O Cinema é uma arte prima. Ela pode até ser considerada a sétima, mas para mim ela é a primeira. É uma das minhas grandes paixões. Adoro me envolver com a história, caracterizar os filmes, desvendar seus mistérios, criticá-los e discuti-los.
Não há nada mais envolvente do que a fotografia e a trilha sonora de um filme. Eles são os responsáveis por te jogar dentro da história, dos personagens. Por fazer você passar dias cantarolando os temas dos personagens e lembrando cada cena. Assim é para mim o Cinema. A mais bela de todas as artes.

Hoje optei por mudar um pouco o rumo das últimas postagens. Não pretendo deixar de discutir sobre educação, pois é uma das minhas paixões. Porém, não posso esquecer que criei esse blog com intuito de falar dos mais variados temas, até mesmo de paixões como a que acabei de falar.
Espero que também tenham gostado do tema de hoje e que tenham sentido a mesma emoção que eu senti ao escrever.
Deixo como dica de filme o "Lisbela e o prisioneiro", com a forte esperança que todos sintam a mesma emoção que eu senti ao assisti-lo.




Tenham uma ótima semana e... Bom filme!
Fontes:

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"Lisbela e o prisioneiro"

Sinopse: Lisbela (Débora Falabella) é uma moça que adora ir ao cinema e que vive sonhando com os galãs de Holywood dos filmes que assiste. Leléu (Selton Mello) é um malandro conquistador que, em meio a uma de suas muitas aventuras, chega à cidade de Lisbela. Ao se conhecerem, eles logo se apaixonam, mas tem um problema: Lisbela está noiva. Em meio às dúvidas e a muitos problemas familiares que a paixão desperta, há ainda a presença de um matador (Marco Nanini) que está atrás de Léleu, devido a ele ter se envolvido com sua esposa (Virginia Cavendish).

Ficha Técnica:
Direção: Guel Arraes
Elenco: Selton Mello, Debora Falabella, Marco Nanini, Virginia Cavendish, Bruno Garcia, Tadeu Melo, André Matos e Lívia Falcão.
Lançamento: 2003 (Brasil)
Genero: Comédia Romântica




quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011


O que é ser professor?


(Re)Começo a postar com uma questão bastante interessante e intrigante. Ser professor, afinal, o que significa?

O Estadão publicou em seu site uma matéria sobre a queda em 50% da procura pelos cursos de licenciatura. Dentre as causas dessa diminuição é citado o baixo salário do professor. Ao terminar de ler a reportagem, dei uma rápida lida pelos comentários. A reportagem teve em média 160 comentários, os quais se desenrolaram entre opiniões, defesas e algumas hostilidades entre os comentaristas. Todos falavam que o salário é baixo, que não dá para sobreviver ganhando tão pouco, que não há uma valorização por parte do governo, que ninguém reconhece o papel do professor...

A discussão não para por aí. Daí eu me lembro de uma famosa propaganda feita pelos órgãos públicos, a qual perguntava qual o profissional mais importante e a resposta era: "o professor". Lembro-me também de um discurso bastante famoso o qual diz: "A educação é o futuro do nosso país!". Mas pergunto-lhes: Se a educação é algo tão importante, por que seus profissionais são tratados com tão pouco caso? Por que ao dizermos qual a nossa profissão abaixamos a cabeça e falamos baixo, como se estivesse com vergonha ou como se fosse uma criatura merecida de pena? Por que ao chegarmos à sala dos professores, num momento em que estão todos reunidos, se torna assunto principal as "piadinhas" sobre a nossa profissão? Será que devemos ser nós mesmos os principais autores desse cenário depreciativo? É justamente para ir contra esse cenário que retorno a escrever nesse blog.

E respondendo a pergunta, a qual foi escolhida para ser o título dessa postagem, eu digo-lhes que ser professor é uma profissão digna, engrandecedora, enriquecedora. Desconheço outra profissão que nos proporcione um intercambio cultural, de valores e de aprendizados maior do que a profissão docente. Sei que lidar com a formação de pessoas não é algo nada fácil, mas é um prazer infindo ver os resultados. Quando notamos o aprendizado absorvido e sua aplicação prática em coisas simples do dia-a-dia do aluno, não há recompensa maior. Ver um aluno passar no vestibular, vê-lo se tornar um cidadão de bem, consciente de seus atos, perceber que você foi um dos jardineiros que plantou uma simples sementinha para tal formação... Que felicidade. A sensação de que o dever foi cumprido.

Ser professor é analisar, é observar, é dar apoio e mostrar os diversos caminhos que podem ser seguidos para a construção do aprendizado. É aconselhar, é ser amigo. É ouvir nos momentos difíceis, é aceitar as críticas e buscar mudanças, é ser humano.

As responsabilidades que caem sobre o professor são diversas, mas assim ele não o seria se não soubesse lidar com todas elas. Até mesmo nas coisas mais absurdas, sempre há uma melhor maneira para resolvê-la.

Cada vez que olharmos para um médico, para um advogado, devemos nos lembrar que foram professores que o formaram, é claro que tudo vai do esforço de cada um, mas ninguém se forma sem a ajuda e orientação de professores.

Sempre que estivermos chateados com descaso público para com a profissão docente, lembremos de quem somos, do motivo pelo qual seguimos tal carreira. Lembremos que ninguém irá lutar por nós, que ninguém irá nos valorizar se nós não nos valorizarmos. Portanto, a quem fica a responsabilidade pela mudança desse quadro? Nós. Nós somos os responsáveis. Cabe a nós reverter esse quadro.

Há tempo buscava um tema para voltar (e espero não parar mais) a postar. Acredito que esse tenha sido um ótimo e importante tema. Algo para nos fazer refletir. Lembro-lhes que um dos objetivos desse blog, posto na primeira postagem, o de tratar temas importantes, informando-os e, quiçá, conscientizando-os.

Afinal, eu estou engajada nessa luta. Em prol do professor, em prol da educação. E você professor?

Espero que tenha alcançado meu objetivo. O de fazê-los pensar sobre nossa atual situação e, principalmente, o de conseguir fazê-los erguer a cabeça e dizer em alto e bom som: "Sou professor!".